Criar uma Loja Virtual Grátis
5- HISTÓRIA
5- HISTÓRIA

MARATONA DE HISTÓRIA

Confira os assuntos para a Grande Maratona de História sobre a HISTÓRIA DO ESTADO DE ALAGOAS

SE PREPARE E BOA SORTE


ALAGOAS

ORIGEM DO NOME

De acordo com anotação de Moacir Medeiros de Sant’Ana, no livro do historiador Jayme de Altavila, “História da Civilização das Alagoas”, a origem do nome Alagoas se deu por conta do nome da vila das Alagoas, que depois foi elevada à capital da Província: “ Na época da invasão holandesa a povoação das Alagoas era conhecida como Alagoa do Sul, sem dúvida para diferenciar de Alagoa do Norte, como então denominavam Santa Luzia do Norte”.


Já no livro “O Centenário da Emancipação de Alagoas”, edição de 1918, o historiador Francisco Moreno Brandão afirma que “as lagoas que deram nome ao formoso cantão onde começa para quem vem do norte e a parte leste do Brasil, são numerosas e integradoras de seu sistema hidrográfico. Algumas delas têm muita importância, como seja a Mundaú ou Lagoa do Norte, a qual o ponto denominado Giboia se comunica com a poética e formosa Manguaba, que banha várias localidades do Estado”.


 

No mesmo sentido, concluindo que a origem do nome do Estado vem, principalmente, de suas lagoas, o historiador Álvaro Queiroz em seu livro “Episódios da História das Alagoas”, edição de 1999, declara que “as várias lagoas existentes em nossa terra levaram os primeiros colonizadores a batizá-la com o nome de Alagoas. Assim, este aspecto da hidrografia alagoana define, até hoje o nome do Estado”.

As famosas lagoas que inspiraram o nome do nosso Estado distribuem-se em três tipos de paisagens:

 

  1. Lagoas do Litoral – Mundaú, Manguaba e Jequiá
  2. Lagoas da Margem do São Francisco – Tororó, Santiago, Jacobina, entre outras.
  3. Lagoas das terras interiores – Porcos, canto, Nova Lunga, entre outras

fONTE : http://www.gabinetecivil.al.gov.br/alagoas/porque-alagoas-1

 


 

Que índios dominavam o litoral do Brasil na época do Descobrimento?

As principais tribos faziam parte de um grupo indígena muito amplo conhecido como tupi, nome da língua que eles falavam. Mas os tupis não eram uma nação indígena homogênea. Eles tinham grandes rivalidades internas que acabaram sendo exploradas pelos europeus que tentavam colonizar a região. Ainda hoje os historiadores não chegaram a um consenso sobre a melhor maneira de separar as principais tribos tupis e também para delimitar a área exata que cada uma delas ocupava no litoral. Mas tupiniquins, tupinambás, tamoios, caetés, potiguaras e tabajaras quase sempre aparecem citadas como as principais tribos tupis.

 


HISTÓRIA DE ALAGOAS

 

Quando o Brasil foi descoberto, a terra que constitui hoje o  Estado de Alagoas, era um mundo de mata virgem, onde viviam índios nativos, como os Caetés. Rios perenes, muito peixe, frutas, animais soltos. Enfim, a flora e a fauna exuberantes, enchiam os olhos dos portugueses que foram chegando para iniciar o processo de colonização.

 

Situado entre os dois maiores centros de produção de açúcar do Nordeste brasileiro, Pernambuco e Bahia, o Estado de Alagoas desenvolveu e consolidou uma economia baseada na produção de açúcar e na criação de gado na qual era utilizada, sobretudo, a mão de obra de escravos negros e mestiços.

 

A grande quantidade de lagoas em seu litoral, fez com que os colonizadores batizassem logo a região de Alagoas. Elas continuam embelezando a paisagem típica do Estado, se constituindo em pontos de atração turística e ainda em sustento de milhares de alagoanos, que tiram dela, o peixe e o sururu, molusco típico.

 

A ocupação do território alagoano pelos colonizadores portugueses teve início em Penedo (1560), prosseguindo em Porto Calvo (1590), Santa Luzia do Norte 91608) e, finalmente, Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul (1611).

 

Esse pedaço de terra brasileiro, entre o Litoral e o Sertão, pertencia a Capitania de Pernambuco, comandada pelo donatário Duarte Coelho, que em visita ao Sul, deparou-se com o rio São Francisco. Lá, edificou um forte e deu origem a cidade de Penedo, comprovadamente o primeiro núcleo habitacional de Alagoas.

 

A História de Alagoas é a história pela posse da terra. Doadas as sesmarias, os novos proprietários procuraram logo fazer a derrubada das matas e plantar cana-de-açúcar, surgindo os engenhos banguês que sustentaram a economia alagoana durante quatro séculos, até serem substituídos pelas usinas.

 

Quando o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho visitou o Sul do seu domínio, deslumbrou-se com a região do baixo São Francisco, parando num local e dando início a povoação de Penedo, onde os rebanhos de gado iam até o interior do rio São Francisco e seus afluentes. Nesse prieiro núcleo de povoamento construiu um forte, e daí em diante, foram surgindo novos moradores, culminando com o aparecimento da primeira vila fundada em Alagoas. O comércio expandiu-se. Penedo já era a mais importante vila, bem mais desenvolvida do que a chamada “cabeça-de-comarca”, a vila de Alagoas (atual Marechal Deodoro).

 

Ainda no século XVII, emancipa-se o Povoado de Porto Calvo, que tem sua origem e desenvolvimento ligado à cultura açucareira, tornando-se a segunda Vila.

 

A terceira povoação fundada em Alagoas foi Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul (Alagoas do sul, atualmente Marechal Deodoro), alusão a lagoa Manguaba, onde está edificada às suas margens. A Lagoa do Norte é a Mundaú, que banha Maceió, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte e Satuba. A vila foi crescendo e, logo no século XVIII tornou-se cabeça-de-comarca, espécie de capital. Na emancipação política de Alagoas, já com o nome de Alagoas, foi escolhida como capital da nova Capitania. Perdeu espaço para Maceió, que surgiu no século XVII, através de um engenho banguê.

 

 

 

A fertilidade da terra que depois se transformou em Capitania, Província e Estado de Alagoas, atraía muita gente. E, com o avanço da invasão de outros povos europeus ao Brasil, logo esse pedaço da então Capitania de Pernambuco, ficou muito visado.

 

O progresso do Sul da Capitania de Pernambuco conhecido como Alagoas, fez com que sua população fosse logo desejando a independência. Mas. No início da segunda década do século XVIII, foi criada a Comarca de Alagoas, sob a jurisdição da Capitania de Pernambuco, e nomeado o primeiro Ouvidor Geral: José da Cunha Soares.

 

Foi exatamente na segunda metade do século XVIII, que surge Maceió, de um engenho de açúcar denominado Massayó, que segundo o testamento do Capitão Apolinário Fernandes Padilha, datado de 15/09/1724 moeu apenas duas vezes e que em 1724 já se encontrava em fogo morto. A palavra é de origem indígena, significando terra alagadiça (o que tapa o alagadiço), que deu origem ao riacho com o mesmo nome.

 

Escritura pública de 1609 mostra que havia uma casa na sesmaria pertencente a Manoel Antônio Duro em Pajuçara. Esta sesmaria deve ter sido transferida depois para o Capitão Apolinário Fernandes Padilha.

 

Por volta de 1673, o rei de Portugal, ordenou que fosse realizado o povoamento do território alagoano, assim como a fortificação do Porto de Jaraguá, tendo como objetivo principal evitar o comércio ilegal do pau Brasil feitos pelos franceses.

 

A separação de Maceió da vila de Santa Maria Madalena de Alagoas do Sul (Marechal Deodoro) e sua elevação à condição de vila se deram através do Alvará-Régio de 5 de dezembro de 1815, assinado por Dom João VI. Um ano depois, Maceió é elevado de fato à condição (29/12/1816).

 

A transformação de Maceió em Capital se deu em função do seu desenvolvimento econômico. O Porto de Jaraguá tornou-se o principal centro de escoamento de diversos produtos e forte polo mercantil, fazendo com que a elite agroexportadora influenciasse decisivamente nesse processo.

 

Surgiram ainda as povoações de Anadia, Atalaia, Camaragibe, São Miguel dos Campos, Poxim  e Porto de Pedras. A Comarca tinha como sede a vila de Alagoas, atual Marechal Deodoro, uma espécie de capital, já com suas Igrejas monumentais, ainda hoje preservadas. Penedo, Porto Calvo e Santa Luzia do Norte, eram as outras vilas, que continuavam crescendo e atraindo novos moradores.

 

Ainda no século XIX existiam em Alagoas as vilas de  Água Branca, Mata Grande, Pão de Açúcar, Traipu, Piranhas, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Quebrangulo, Assembléia (Viçosa), Imperatriz (União dos Palmares), São José da Laje, Murici, São Luiz do Quitunde, Coqueiro Seco e Pilar.

 

Quando da independência do Brasil, Alagoas já esbanjava progresso, tendo o açúcar, como seu carro-chefe. Dezenas de engenhos produziam e exportavam através do Porto de Jaraguá. Os governadores passaram a ser denominados presidentes. E o primeiro deles, nomeado por Dom Pedro I, foi o pernambucano Nuno Eugênio de Lossio, que instalou o Conselho de Governo e autorizou as eleições para deputados e senadores.

 

 

 

FONTE: http://maisalagoas.uol.com.br/mais.asp?id=historia

 



A HISTÓRIA ALAGOANA

A História de Alagoas Dos Caetés aos Marajás Jair Barbosa Pimentel No tempo dos Dinossauros Os arqueólogos comprovam: Alagoas foi habitada por dinossauros. Vez por outra, aparece alguém confirmando que viu inscrições em pedras; descobriu ossos de animais pré-históricos e outros objetos que existiram na pré-história.O historiador Jayme de Altavilla, em seu livro História da Civilização de Alagoas, refere-se a uma variedade de documentos arqueológicos, encontrados ao longo dos anos em várias regiões.Em Santana do Ipanema, no vale do rio Caiçara, foram encontrados esqueletos de animais pré-históricos. Também surgiram vestígios desses animais em Viçosa e São Miguel dos Campos. Em Anadia, no sítio Taquara, descobriram um cemitério de índios. O historiador viçosense, Alfredo Brandão, também é outro que fala em seus livros sobrea pré-história em Alagoas. Afirma que na propriedade Pedras de Fogo (da família Loureiro),encontra-se uma pedra com diversas cruzes gravadas, sendo uma delas tão bem gravadas que passa por milagrosa. Também fala em inscrições descobertas em pedras nos municípios de Capela, Atalaia, Porto de Pedras e Anadia. Sua coleção de instrumentos de pedras, como tambetá, machadinha e outros, está exposta no Instituto Histórico e Geográfico de Maceió. Nas margens do rio São Francisco, já descobriram muitas ossadas de animais pré-históricos. É uma região, comprovadamente habitada naquela época. Um museu instalado no Xingó Parque Hotel, expõe muitos objetos arqueológicos descobertos por toda aquela imensidão de terras. No Centro de Apoio da Hidrelétrica de Xingó, do lado alagoano, existe uma exposição fixa de arqueologia. Terra à vista Quando o Brasil foi descoberto, a terra que constitui hoje o Estado de Alagoas, era um mundo de mata virgem, onde viviam índios nativos. Rios perenes, muito peixe, frutas, animais soltos. Enfim, a flora e a fauna exuberantes, enchiam os olhos dos portugueses que foram chegando para iniciar o processo de colonização. A grande quantidade de lagoas em seu litoral, fez com que os colonizadores batizassemlogo a região de Alagoas. Elas continuam embelezando a paisagem típica do Estado, seconstituindo em pontos de atração turística e ainda em sustento de milhares de alagoanos, que tiram dela, o peixe e o sururu, molusco típico, consumido não só pelos pobres, mas presente na mesa dos ricos, da classe média e dos bares e restaurantes. Esse pedaço de terra brasileiro, entre o Litoral e o Sertão, pertencia a Capitania de Pernambuco, comandada pelo donatário Duarte Coelho, que em visita ao Sul, deparou-se com o rio São Francisco. Lá, edificou um forte e deu origem a cidade de Penedo, comprovadamente o primeiro núcleo habitacional de Alagoas. Hoje, é uma cidade das mais importantes do Estado. Durante várias décadas, foi a mais progressista do interior. Perdeu para Arapiraca na segunda metade deste século. Mas continua imponente, com seu casario colonial, seu povo culto, seu potencial turístico e sua economia que cresce a cada dia. Imaginemos Alagoas nos tempos do descobrimento do Brasil! Da foz do São Francisco a Maragogi: índios nativos como os Caetés e os Potiguaras. Nus, livres, vivendo da caça e da pesca, falando língua própria, usufruindo dessa beleza natural, com rios e lagoas sem poluição. Um povo festeiro, cultuando suas tradições. Era feliz e livre da presença do branco português, que aqui chegou para marginalizá-lo, exigir que aprendesse sua língua, sua religião e seus costumes. Todos perderam a identidade, e se tornaram escravos da ganância dos colonizadores, que só queriam extrair a riqueza da terra e enviar para Portugal. Nossos índios eram vaidosos, festeiros e valentes. Adoravam se pintar com várias cores, dançar e cantar. Achavam o nariz chato um importante requisito de beleza. No Sul eram osCaetés e suas sub-tribos, como a dos Caambembes, instalada em Viçosa. No Norte, osPotiguaras. As demais tribos, eram:- Abacatiaras, que viviam nas ilhas do rio São Francisco.- Umans, no alto Sertão, às margens do rio Moxotó.- Xucurus, em Palmeira dos Índios.- Aconans, Cariris, Coropotós e Carijós, às margens do São Francisco.- Vouvés e Pipianos, no extremo ocidental de Alagoas. Esses nativos alagoanos eram bronzeados do sol escaldante, moravam em cabanas depalha, reunidas em forma de aldeias e viviam da caça e da pesca. Promoviam festas, utilizando-se de instrumentos musicais como corneta, flauta e maracá. Em combate, atiravam sobre oinimigo, flechas envenenadas e sobre as aldeias, flechas com algodão inflamado, para incendiá-las .As índias alagoanas trabalhavam muito. Fiavam algodão para confeccionar cordas eredes e ainda fabricavam vasos de barro para uso doméstico. O adultério era considerado crime.Nas aldeias, todos se reuniam em forma de República. O chefe maior era o Cacique, escolhido entre os mais velhos e respeitados. O Pajé era o conselheiro espiritual. Nas grandes crises, eles se reuniam em conselhos, denominados Carbés. Hoje, Alagoas tem as seguintes tribos:- Xucurús, em Palmeira dos Índios, muito bem organizada, já toda civilizada, com escola, posto de saúde, posto telefônico e outros benefícios.- Cariris, em Porto Real do Colégio, também com toda a infra-estrutura econômica e social, funcionando.- Tingui-Botós, em Feira Grande.- Wassus em Joaquim Gomes, e uma outra descoberta recentemente, ainda em estudo na Funai– Fundação Nacional do Índio, para constatar sua verdadeira identidade. É um pequeno grupo que vive no alto Sertão alagoano.Assim era Alagoas na época do descobrimento do Brasil. Esse pedaço de Brasil,abençoado pela natureza, livre, com a Mata Atlântica exuberante, os rios e lagoas de águas

 

 

HISTÓRIA DE ALAGOAS

A história de Alagoas se inicia antes do descobrimento do Brasil, quando o atual território do estado era povoado pelos índios caetés.1 A costa do atual Estado de Alagoas, reconhecida desde as primeiras expedições portuguesas, desde cedo também foi visitada por embarcações de outras nacionalidades para o escambo de pau-brasil (Caesalpinia echinata).2 Quando da instituição do sistema de Capitanias Hereditárias (1534), integrava a Capitania de Pernambuco, e a sua ocupação remonta à fundação da vila do Penedo (1545), às margens do rio São Francisco, pelo donatário Duarte Coelho Pereira, que incentivou a fundação de engenhos na região. Palco do naufrágio da Nau Nossa Senhora da Ajuda e subsequente massacre dos sobreviventes, entre os quais o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, pelos Caeté (1556), o episódio serviu de justificativa para a guerra de extermínio movida contra esse grupo indígenas pela Coroa portuguesa. Ao se iniciar o século XVII, além da lavoura de cana-de-açúcar, a região de Alagoas era expressiva produtora regional de farinha de mandioca, tabaco, gado e peixe seco, consumidos na Capitania de Pernambuco. Durante as invasões holandesas do Brasil (1630-1654), o seu litoral se tornou palco de violentos combates, enquanto que, nas serras de seu interior, se multiplicaram os quilombos, com os africanos evadidos dos engenhos de Pernambuco e da Bahia. Palmares, o mais famoso, chegou a contar com vinte mil pessoas no seu apogeu. Constituiu-se em a Comarca de Alagoas em 1711, e foi desmembrado da Capitania de Pernambuco (Decreto de 16 de setembro de 1817), em consequência da Revolução Pernambucana daquele ano. O seu primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, assumiu a função a 22 de janeiro de 1819.2 Durante o Brasil Império (1822-1889), sofreu os reflexos de movimentos como a Confederação do Equador (1824) e a Cabanagem(1835-1840). A Lei Provincial de 9 de dezembro de 1839 transferiu a capital da Província da cidade de Alagoas (hoje Marechal Deodoro), para a vila de Maceió, então elevada a cidade.2 A primeira Constituição do Estado foi assinada em 11 de junho de 1891, em meio a graves agitações políticas que assinalaram o início da vida republicana. Os dois primeiros presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, nasceram no estado.2 Barra Grande deve ter sido o primeiro ponto do território das Alagoas visitado pelos descobridores, por ocasião da viagem de Américo Vespúcio, em 1501.3 Embora não haja referência àquele porto, excelente para a acolhida de navios, como a expedição vinha do norte para o sul, cabe crer que tenha ocorrido ali o primeiro contato com a terra alagoana. A 29 de setembro Vespúcio assinalou um rio a que chamou São Miguel, no território percorrido;4 a 4 de outubro denominou São Francisco o rio então descoberto, hoje limite de Alagoas com Sergipe.5 Sem sombra de dúvida, nas décadas seguintes, os franceses andaram pela costa alagoana, no tráfico do pau-brasil com os selvagens dos arredores. Até hoje o porto do Francês documenta a presença, ali, daquele povo.6 Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de Pernambuco,4 realizou uma excursão ao sul; não há documentos que a comprove, mas há evidências de que tenha sido realizada em 1545 e de que dela resulte a fundação de Penedo, às margens do rio São Francisco.7 Em 1556, voltava da Bahia para Portugal o bispo dom Pero Fernandes Sardinha, quando seu navio naufragou defronte da enseada do hoje pontal do Coruripe. Sardinha foi morto e devorado pelos caetés, uma das numerosas tribos indígenas então existentes na região.8Perdura a crença popular de que a ira divina secou e esterilizou todo o chão manchado pelo sangue do religioso. Para vingá-lo, Jerônimo de Albuquerque comandou uma expedição guerreira contra os caetés, destruindo-os quase completamente.9 Em 1570, uma segunda bandeira enviada por Duarte Coelho, comandada por Cristóvão Lins, explorou o norte de Alagoas, onde fundou Porto Calvo e cinco engenhos, dos quais subsistem dois, o Buenos Aires e o Escurial.10 Neste último repousou, em 1601, o corsário inglês Anthony Knivet, que viajara por terra após fugir da Bahia, onde estivera prisioneiro dos portugueses.9 GUERRA HOLANDESA Retrato anônimo de Filipe Camarão, século XVII, Museu do Estado de Pernambuco. No princípio do século XVII, Penedo, Porto Calvo e Alagoas já eram freguesias,11admitindo-se que tais títulos lhes tivessem sido conferidos ainda no século anterior. Foram vilas, porém, em 1636.11 Repousando a economia regional na atividade açucareira, tornaram-se os engenhos de açúcar os núcleos principais da ocupação da terra.9 A partir de 1630, Alagoas, atingida pela invasão holandesa,12 teve povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados.9 Os portugueses reagiram duramente.9 Batidos por sucessivos reveses, os holandeses já desanimavam, pensando em retirar-se, quando para eles se passa o mameluco Domingos Fernandes Calabar, de Porto Calvo.13 Grande conhecedor do terreno, orientou os holandeses em uma nova expedição a Alagoas.13 Os invasores aportaram à Barra Grande, de onde passaram a vários pontos, sempre com bom êxito.9 Em Santa Luzia do Norte, a população, prevenida, ofereceu resistência.14 Após encarniçada peleja, os holandeses recuaram e retornaram a Recife. Mas, caindo em seu poder o arraial do Bom Jesus, entre Recife e Olinda, obtiveram várias vitórias.9 Alagoas, Penedo e Porto Calvo: eis os pontos principais onde se trava a luta em terras alagoanas.9 Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram Calabar, que morreu na forca em 1635.13 Clara Camarão, uma porto-calvense de sangue indígena, também se salientou na luta contra os holandeses.15 Acompanhou o marido, o índio Filipe Camarão, em quase todos os lances e arregimentou outras mulheres, tomando-lhes a frente.9 Palmares[editar] Por volta de 1641, afirmava um chefe holandês estar quase despovoada a região.16 Maurício de Nassau pensou em repovoá-la,16 mas o projeto não foi adiante. Na época também se produzia fumo em Alagoas, considerado de excelente qualidade o de Barra Grande.9Em 1645, a população participou da reação nacionalista, integrando-se na luta sob o comando de Cristóvão Lins, neto e homônimo do primeiro povoador de Porto Calvo. Expulsos os holandeses do território alagoano, em setembro de 1645,17 prossegue a população em sua luta contra eles, já agora, todavia, em território pernambucano.9 Em fins do século XVII intensificam-se as lutas contra os quilombos negros reunidos nos Palmares.18 Frustradas as primeiras tentativas de Domingos Jorge Velho, sobretudo em 1692,19 dois anos depois o quilombo é derrotado,20 com o ataque simultâneo de três colunas: uma, dos paulistas de Domingos Jorge; outra, de pernambucanos, sob o comando de Bernardo Vieira de Melo; e a terceira, de alagoanos, comandados por Sebastião Dias.9 Palmares começara a formar-se ainda nos fins do século XVI, e resistiu a sucessivos ataques durante quase um século.21 Domingos Jorge Velho. Um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial,22 Palmares ocupava inicialmente a vasta área que se estendia, coberta de palmeiras, do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco. A superfície do quilombo, progressivamente reduzida com o passar do tempo, concentrar-se-ia, em fins do século XVII, na ainda extensa região delimitada pelas vilas de Una e Serinhaém, em Pernambuco, e Porto Calvo, Alagoas e São Francisco (Penedo), em Alagoas. Os escravos haviam organizado no reduto um verdadeiro estado, segundo os moldes africanos, com o quilombo constituído de povoações diversas (mocambos), pelo menos 11, governadas por oligarcas, sob a chefia suprema do rei Ganga-Zumba. A partir de 1667, amiudaram-se as entradas contra os negros, a princípio com a finalidade de recapturá-los, em seguida com a de conquistar as terras de que se haviam apoderado.21As investidas do sargento-mor Manuel Lopes (1675) e de Fernão Carrilho (1677)23 seriam desastrosas para os quilombolas, obrigados a aceitar a paz em condições desfavoráveis. Apesar desse revés, a luta prosseguiria, liderada por Zumbi, sobrinho de Ganga-Zumba, contra cujas hostes aguerridas, em seguida a uma primeira expedição punitiva, em 1679,9 e a diferentes entradas sem maiores consequências, se voltaria finalmente o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, para tanto contratado pelo governador de Pernambuco, João da Cunha Souto Maior.24 Nos primeiros meses de 1694, aliado a destacamentos alagoanos e pernambucanos, sob o comando, respectivamente, de Sebastião Dias e Bernardo Vieira de Melo, Velho liquidaria a derradeira resistência do quilombo.25 Zumbi lograria escapar, arregimentando novos combatentes, mas, traído, ver-se-ia envolvido por forças inimigas, com cerca de vinte de seus homens, perecendo em luta, a 20 de novembro de 1695.26 Desaparecia, após mais de sessenta anos, o quilombo dos Palmares, "o maior protesto ao despotismo que uma raça infeliz traçou à face do mundo", no dizer de Craveiro Costa.27 Criação da comarca[editar] Mapa da Província da Paraíba (1698). Já então apresentavam as Alagoas indícios de prosperidade e desenvolvimento, quer do ponto de vista econômico, quer do cultural. Sua principal riqueza era o açúcar, sendo além disso produzidos, embora em menor escala, mandioca, fumo e milho; couros, peles e pau-brasil eram exportados. As matas abundantes forneciam madeira para a construção de naus. Nos conventos de Penedo e das Alagoas os franciscanos mantinham cursos e publicavam sermões e poesias.27 Tudo isso justificou o ato régio de 9 de outubro de 1710, criando a comarca das Alagoas,28 que somente se instalou em 1711.29 Daí em diante, a organização judiciária restringia o arbítrio feudal dos senhores, e até o dos representantes da metrópole. A comarca desenvolvia-se.27 Já em 1730 o governador de Pernambuco, propondo a el-rei a extinção da decadente capitania da Paraíba, assinalava a prosperidade de Alagoas, com seus quase cinquenta engenhos, dez freguesias, e apreciável renda para o erário real.30 Ao lado do açúcar, incrementou-se a cultura do algodão. Seu cultivo foi introduzido na década de 1770; em 1778, já se exportavam para Lisboa amostras de algodão tecido nas Alagoas.27 Em Penedo e Porto Calvo, fabricava-se pano ordinário, para uso, sobretudo, de escravos. Em 1754, frei João de Santa Ângela publicou, em Lisboa, seu livro de sermões e poesias; é a primeira obra de um alagoano.31 A população crescia, distribuindo-se em várias atividades. Um cômputo demográfico mandado realizar em 1816 pelo ouvidor Antônio Ferreira Batalha registrava uma população de 89.589 pessoas.27 Capitania independente[editar] D. João VI de Portugal Três anos depois, em 1819, novo recenseamento acusou uma população de 111 973 pessoas.27 Contavam-se, então, na província, oito vilas.27 Alagoas já se constituíra capitania independente da de Pernambuco, criada pelo alvará de 16 de setembro de 1817.32 A repercussão da Revolução Pernambucana desse ano contribuiu para facilitar o processo de emancipação. O ouvidor Batalha foi o principal mentor da gente alagoana. Aproveitando-se da situação e infringindo as próprias leis régias, desmembrou a comarcada jurisdição de Pernambuco e nela constituiu um governo provisório. Esses atos foram suficientes para abrir caminhos que levaram D. João a sancionar o desmembramento.27Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, governador nomeado, só assumiu o governo a 22 de janeiro de 1819.33 Acentuou-se a partir de então o surto de prosperidade de Alagoas.27 Em 17 de agosto de 1831 apareceu o Íris Alagoense, primeiro jornal publicado na província, assim considerada a partir da independência do Brasil e organização do império.34 É certo que os primeiros anos de independência não foram fáceis. Uma sequência de movimentos abalou a vida provincial: em 1824, a Confederação do Equador; em 1832-1835, a Cabanada; em 1844, a rebelião conhecida como Lisos e Cabeludos; em 1849, a repercussão da revolução praieira.27 Mudança da capital[editar] Visconde de Sinimbu Em 1839 a capital, então situada na velha cidade das Alagoas, foi transferida para a vila de Maceió, localizada à beira-mar, no caminho entre o norte, o centro e o sul da província.35No processo de mudança defrontaram-se as duas facções políticas mais importantes, uma chefiada pelo mais tarde visconde de Sinimbu, outra pelo juiz Tavares Bastos,27 pai do futuro pensador Tavares Bastos, nascido, aliás, nesse ano de 1839.36 Naquele momento a província possuía oito vilas. Desde 1835 funcionava a assembleia provincial.27 No governo da província sucediam-se os presidentes nomeados pelo imperador, nem sempre interessados pelos destinos da terra, outras vezes envolvidos por lutas partidárias. A província, contudo, progredia.27 No campo da economia, vale salientar a fundação, em 1857, da primeira fábrica alagoana de tecidos, a Companhia União Mercantil, no distrito de Fernão Velho.37 Idealizou-a o barão de Jaraguá, contribuindo dessa forma para o fomento da economia regional.27 Trinta anos mais tarde, fundou-se a Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos, que em 15 de outubro de 1888 se instalou em Rio Largo.38 Seguiu-se a esta, em 30 de setembro de 1892, a fundação da Companhia Progresso Alagoano, em Cachoeira.37 Dessa atividade têxtil surgiram, com grande prestígio nacional, as toalhas da Alagoana.27 O ensino recebeu incentivo com a instalação em 1849, do Liceu Alagoano, destinado ao nível médio; é hoje o Colégio Estadual de Alagoas.37 O ensino primário, já beneficiado em 1864 pelo estabelecimento de uma escola normal, hoje funcionando sob a denominação de Instituto de Educação, recebeu expressivo impulso com a criação de novas escolas.27Com a fundação, em 1869, do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano, hoje Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas,39desenvolveram-se os estudos históricos e geográficos.27 Do final do império ao início da república, incrementou-se o movimento para a construção de engenhos centrais e aperfeiçoamento técnico da fabricação de açúcar, o que iria dar origem às usinas, a primeira delas constituída, todavia, já no período republicano.40 Os movimentos abolicionista e republicano dos últimos anos da monarquia atingiriam a província, o primeiro deles através da Sociedade Libertadora Alagoana40 e dos jornais Gutenberg e Lincoln.41 A campanha abolicionista mobilizou a intelectualidade alagoana, sem entretanto chegar aos excessos da violência. Professores e jornalistas atraíram a mocidade para a campanha, e após a abolição, em 1888, foi um mestre como Francisco Domingues da Silva que teve a iniciativa da criação de um instituto de ensino profissional, destinado aos filhos dos ex-escravos.40 República[editar] Deodoro da Fonseca, primeiro Presidente da República do Brasil. O movimento republicano, intensificado pela abolição, traduziu-se nas atividades da imprensa e clubes de propaganda. O mais importante destes foi o Centro Republicano Federalista, também, de certo, o mais antigo; outros foram o Clube Federal Republicano e o Clube Centro Popular Republicano Maceioense, ambos existentes na capital no momento da proclamação. No interior havia igualmente outros clubes de propaganda. OGutenberg era o órgão de imprensa mais veemente na difusão da ideia republicana.40 No mesmo dia em que, no Rio de Janeiro, era proclamada a república, em Maceió assumia a presidência o dr. Pedro Ribeiro Moreira, último delegado do governo imperial para a província. Confirmada a mudança do regime, organizou-se a princípio uma junta governativa, mas a 19 de novembro o marechal Deodoro designou o irmão, Pedro Paulino da Fonseca, para governar o novo estado.40 Foi ele também o primeiro governador eleito após promulgada a constituição estadual, em 12 de junho de 1891.42 Perturbados e incertos decorreram os primeiros dez anos de vida republicana, na província. Governos se sucediam, nomeados pelo poder central ou eleitos pelo povo, mas quase sempre substituídos ou depostos. Constituíram-se várias juntas governativas, numa ou noutra oportunidade.40 Somente no fim do século XIX, ou melhor, já nos primeiros anos do século XX, a situação se consolidou com os governos do barão de Traipu e de Euclides Malta, o primeiro da chamada "oligarquia Malta", que se prolongou até 1912.43 Euclides governou de 1900 a 1903; sucedeu-lhe o irmão, Joaquim Paulo, no período de 1903 a 1906; Euclides voltou ao poder de 1906 a 1909, e, reelegendo-se nesse ano, permaneceu por mais um triênio, até 1912.40 Os 12 primeiros anos do século se assinalaram por lutas partidárias. Contudo, não houve paralisação nas diferentes atividades do estado. Maceió ganhou numerosos prédios públicos, como o palácio do governo, inaugurado a 16 de setembro de 1902, o Teatro Deodoro e o edifício da municipalidade, ainda hoje existentes. Com a atividade pedagógica de Alfredo Rego, procedeu-se à reforma do ensino, atualizando a anterior, ainda dos fins do império, orientada por Manuel Baltasar Pereira Diegues Júnior, criador do Instituto de Professores, posteriormente chamado Pedagogium, iniciativa pioneira na época. Nova remodelação do ensino se fez em 1912-1914, sob a orientação do segundo daqueles educadores. Criou-se o primeiro grupo escolar.40 Em 1912, o Partido Democrata conseguiu derrotar a oligarquia Malta depois de enérgica campanha, em que se registraram ferrenhas lutas de rua, inclusive com a morte do poeta Bráulio Cavalcanti, em praça pública, quando participava de um comício democrático. Clodoaldo da Fonseca, governador eleito, embora não fosse alagoano, ligava-se ao estado através da família: era sobrinho de Deodoro e filho de Pedro Paulino e, assim, parente do marechal Hermes, então presidente da república.40 As lutas contra os Malta envolveram igualmente os grupos do culto afro-brasileiro. Xangôs e candomblés, diziam os jornais da oposição, tinham o governador Malta como estimulador.40 44 Entre papéis de orações, de panos com símbolos desenhados de Ogum, de Ifá, de Exu, foram encontrados retratos dos chefes democratas da oposição. O grupo que apoiava o governador era chamado de Leba, por alusão a uma das figuras do orixá dos xangôs. O que valeu de tudo isso é que o acervo apreendido pela polícia se preservou — peças, objetos, insígnias e símbolos do culto, conservados no museu do Instituto Histórico como uma das coleções mais preciosas do culto afro-brasileiro.44 Retratos do cangaço: Virgulino Ferreira da Silva - Lampião Até 1930 o Partido Democrata manteve a situação, através dos governadores que sucederam a Clodoaldo. Cada um deles deu uma contribuição para o progresso do estado. Abriram-se estradas de rodagem em direção ao norte e ao centro, e posteriormente o trecho de Atalaia e a Palmeira dos Índios, estrada de penetração para a zona sertaneja; construíram-se grupos escolares em quase todos os municípios; Maceió renovou-se com a abertura de ruas e avenidas; combateu-se a criminalidade, principalmente com o movimento contra o banditismo, que culminaria, em 1938, com o extermínio do grupo de Lampião; promoveram-se pesquisas petrolíferas. As sucessões políticas praticamente se fizeram sem luta, pois quase sempre predominava o candidato único, oriundo do Partido Democrata.44 Com a vitória da revolução de outubro de 1930, também sem luta armada no estado, iniciou-se o sistema de interventores (com breve interrupção entre 1935 e 1937) até 1947, quando a redemocratização do país propiciou a promulgação de uma nova constituição para o estado. O chamado período das interventorias foi igualmente fecundo, malgrado a falta de continuidade nas administrações, quase sempre de curtos períodos. Nesse período, entre outros fatos marcantes destacaram-se os trabalhos de pesquisa do petróleo;44 a construção do porto de Maceió, inaugurado em 1940;45 o incremento das atividades econômicas, sobretudo com a diversificação da produção agrícola e a implantação da indústria leiteira em Jacaré dos Homens, constituindo-se a cooperativa de laticínios para a produção de leite, manteiga e queijo; o incremento do ensino rural e a ampliação do cooperativismo. Tal desenvolvimento possibilitou que, no período da segunda guerra mundial, Alagoas contribuísse, de maneira efetiva, para o abastecimento de estados vizinhos, sem prejuízo de sua colaboração para o esforço de guerra. Constituiu-se, com a criação da usina Caeté, a primeira cooperativa de plantadores de cana.44 As atividades intelectuais também se desenvolveram, não apenas com o Instituto Histórico, mas ainda com a criação da Academia Alagoana de Letras, em 1919,46 e a formação de centros literários de jovens como a Academia dos Dez Unidos, o Cenáculo Alagoano de Letras e o Grêmio Literário Guimarães Passos.44 Em 1931, fundou-se a Faculdade de Direito,47 e em 1954 a Faculdade de Ciências Econômicas.48 Depois essas duas faculdades, e mais as de odontologia, medicina, engenharia e serviço social uniram-se para formar a Universidade Federal de Alagoas.44 As lutas políticas estaduais ganharam força na década de 1950. Quando da tentativa de impeachment do governador Muniz Falcão, em 1957, um tiroteio na assembleia legislativa causou a morte do deputado Humberto Mendes, sogro do governador. E em toda a segunda metade do século XX manteve-se a tensão política, enquanto os ganhos oriundos do sal-gema, do açúcar e do petróleo não beneficiavam a população.44 Em 1979, o ex-governador Arnon de Melo, então senador, conseguiu do governo militar a nomeação de seu filho Fernando Afonso Collor de Melo, para prefeito de Maceió.49 Em 1988, um acordo entre Collor, já então governador, e as usinas de açúcar e álcool, principais contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços no estado, permitiu que estas reduzissem sua carga tributária.44 A queda de receita agravou a histórica crise social e econômica do estado e gerou um quadro falimentar que levou o governo federal a uma intervenção não-oficial em 1997.50 Depois de nomeado um novo secretário de Fazenda, o governador Divaldo Suruagy se afastou, cedendo o posto ao vice-governador.50 Século XXI[editar] Após o escândalo que levou Renan Calheiros a renunciar à presidência do Senado Federal do Brasil, em 2007,51 seu filho, Renan Filho (PMDB), foi eleito prefeito de Murici, em outubro de 2008.52 O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), foi reeleito com 81,49% dos votos.53 Em setembro de 2008, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Antonio Albuquerque (PT do B), foi destituído do cargo.54Ele foi o principal suspeito do desvio de R$ 280 milhões do poder legislativo, investigado na Operação Taturana.55 Catorze deputados foram indiciados.56 O deputado Fernando Toledo (PSDB) assumiu a presidência da Casa.57 Em julho de 2009, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, determinou que oito dos 14 deputados retornassem à Assembleia, entre eles Antonio Albuquerque.58 Em outubro de 2010, Teotônio Vilela Filho (PSDB) foi reeleito governador no primeiro turno, com 52,74% dos votos contra o seu adversário, o candidato Ronaldo Lessa (PDT).59 O termo “Alagoas” é referente à quantidade de lagos existentes na região, ao redor de rios que banham o estado. No início do século XVI, a região do atual estado foi invadida pelos piratas franceses. Foi retomada pelos portugueses em 1535, por Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho foi responsável pelo plantio de cana-de-açúcar naquela região do nordeste e pela construção de engenhos. Os primeiros povoados sucederam-se a partir de três grupamentos iniciais: Penedo, Porto Calvo e Alagoas (atual região da cidade de Marechal Deodoro). A região de Alagoas foi colonizada entre os dois principais polos de produção de açúcar do nordeste: Pernambuco e Bahia; além do açúcar, Alagoas também desenvolveu a criação do gado. No ano de 1630, Pernambuco e uma área pertencente à atual Alagoas foram invadidos pelos holandeses, que permaneceram até 1645, após a retomada pelos portugueses. No ano de 1706, Alagoas passou à condição de comarca; em 1730, já possuía mais de cinquenta engenhos. Alagoas tornou-se capitania somente em 1817. Em 1839, a sede do governo local foi transferida de Marechal Deodoro para Maceió. E, em 11 de junho de 1891, foi assinada a Primeira Constituição do Estado na era republicana. Alagoas, em 1630, foi cenário da maior revolta de escravos da História do Brasil, sendo a sede do Quilombo dos Palmares chefiada por Zumbi, o quilombo chegou a ter uma população de 30.000 habitantes que viviam em várias aldeias, possuíam atividades econômicas como o milho, o feijão, a mandioca, a batata-doce e a cana-de-açúcar. O quilombo resistiu 65 anos, sendo destruído por Domingos Jorge Velho em 1694, e seu líder, Zumbi, morto no ano seguinte. Antes da resistência dos escravos fugidos , os colonizadores já haviam enfrentado a hostilidade de tribos indígenas, como a dos caetés. Antes de ser elevada à categoria de capitania, Alagoas era uma região e, por um tempo, uma comarca, subordinada ao governo local da capitania de Pernambuco. A sua independência ocorreu devido a uma represália do governo central do Vice-Reino à rebelião da Revolta Pernambucana. Em 1822, depois da independência do Brasil, Alagoas tornou-se província e, em 1839, Maceió é escolhida a nova capital. Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/História_de_Alagoas http://www.achetudoeregiao.com.br/AL/historia_de_alagoas.htm


CULTURA ALAGOANA

 

A cultura alagoana é baseada na culinária, no folclore e na tradição do artesanato e bordados que são considerados os mais ricos e variados do Nordeste, sendo produzidos em todos os quadrantes do estado. São trabalhos manuais que tem seus ensinamentos transmitidos por gerações, e que tem grande procura e valor tanto pelo mercado nacional como o internacional. As peças são confeccionadas em palha, cerâmica, madeira, couro, casca de coco, fibra de bananeira, além dos tradicionais bordados de variados estilos e modelos, sendo a principal fonte de renda das comunidades de todo o estado de Alagoas. Em Maceió, a capital, a referência do artesanato, na linha de bordados, é o bucólico bairro do Pontal da Barra, à margem da Lagoa Mundaú, onde os homens são pescadores e as mulheres exímias artesãs, que, em seus teares de madeira, produzem belíssimos desenhos em filé, renda e labirinto. Já os trançados de palha de ouricuri e cipó e as rendas singelezas podem ser encontradas na região do município de Água Branca, e tem a tradição de 5 e 30 anos respectivamente. Há também os produtos artesanais ligados à gastronomia, como por exemplo, as broas e sequilhos produzidos no município de Maragogi, litoral norte de Alagoas. Os produtos em cerâmica utilitária, como caqueiras, panelas, moringas, potes etc, são encontrados em todas as feiras-livres do Estado e também nos mercados de artesanato de várias cidades. Em Penedo, na região da Foz do Velho Chico, são comercializados também produtos artesanais feitos à base das palhas de coqueiro ouricuri e de taboa. Já em União dos Palmares, na Região dos Quilombos, são vendidas peças em cerâmica produzidas no povoado Muquém - reduto de negros remanescentes do Quilombo dos Palmares - e ainda peças confeccionadas com fibra da bananeira e filé - produzidas em Maragogi, no litoral Norte alagoano -, que foram apresentadas no II Salão do Turismo, em São Paulo, sendo "case" de sucesso do artesanato. A culinária deliciosa e diversificada também faz parte da cultura do estado. São várias as especialidades encontradas nos cardápios dos restaurantes e bares, onde os destaques são para a qualidade e variedade dos frutos do mar, dos vários tipos de carnes, doces e sucos de frutas tropicais. O prato típico que melhor representa a culinária alagoana é o Sururu de Capote, que são mexilhões cozidos no leite de coco, com tomate, cheiro verde e outros temperos. Podemos citar outros pratos regionais típicos como: carne-de-sol com fava e feijão verde, picanhas grelhadas na chapas aquecidas a álcool, pernis, bistecas, frangos assados e a nobres carnes de avestruz e de búfalo. O folclore alagoano tem suas raízes com origem nos três elementos colonizadores do povo brasileiro: o negro, o branco e o índio. As manifestações folclóricas acontecem durante todo o ano, de acordo com o período festivo e reúne mais de 30 manifestações. Entre os mais conhecidos destacam-se os de período natalino: Pastoril, Guerreiro, Taieira, Baianas, Reisados, Marujada, Presépio, Cavalhada. Das festas religiosas, o Mané do Rosário e Bandos dos Carnavalescos, Cambindas, Negras da Costa, Samba do Matuto, Caboclinhos, Torés de Índio e de Xangô e as Danças de São Gonçalo, Coco Alagoano, Rodas de Adulto. As mais importantes manifestações cantadas e dançadas são a Quadrilha, o Coco de Roda e a Banda de Pífano, assim como os violeiros e repentistas encontrados nas praias. Em União dos Palmares comemoram-se a Festa do Milho, e o Dia Nacional da Consciência Negra. Outra festa popular tradicional de destaque é a Peja (marcação do gado). Entre as danças típicas destacam-se o Bate-Coxa e o Coco.

 

 

ALAGOAS – CULTURA

 

Alagoas é o Estado que possui a maior diversificação em folguedos. Segundo os estudiosos do folclore, possuímos quatorze folguedos natalinos, dois folguedos de festas religiosas, oito folguedos carnavalescos, sendo quatro com estrutura simples, três danças e dois torés, totalizando vinte e nove folguedos e danças genuinamente alagoanas.

 

 

Afoxé - Baianas

As Baianas são um grupo de dançadoras trajadas com as vestes convencionais de baianas, que dançam e fazem evoluções ao som de instrumentos de percussão. Esse Folguedo constitui uma modificação rural dos Maracatus pernambucanos ou é uma “alagoanização” dos maracatus, sem a corte real e sem a boneca e mais elementos dos pastoris e dos cocos, mesclados com canções religiosas negras. Diferente do que o nome sugere, surgiu no sul de Pernambuco com a denominação de Samba de Matuto ou Baianal.

 

 

Bumba meu boi

Auto popular de temática pastoril, o Bumba-meu-boi tem na figura do boi o personagem principal. Aparece em todo o Brasil com os nomes de Bumba-meu-boi, Boi-Bum-bá, Boi-de-Reis, Bumba-boi, Boi-Surubi, Boi-Calemba, Boi-de-Mamão entre outros codinomes. Em Alagoas, a apresentação do Bumba é semelhante a um teatro de revista. Consta de desfila de bichos e personagens fantásticos, ao som de cantigas entoadas por cantores do conjunto musical que faz o acompanhamento.

 

Cavalhada

A Cavalhada é realizada em amplas praças ou parque, geralmente próximo de igrejas. Os participantes, doze cavaleiros ou pares, são divididos em cordões – azul e encarnado – que tentam retirar, com uma lança, as argolinhas suspensas pela garra. Tem origem nos torneios medievais. Era uma forma de entretenimento dos cavaleiros cansados das lutas e das guerras. Teve época áurea na França durante o reinado de Luiz XIII, especialmente por ocasião de seu casamento. Durante o reinado de Luiz XIV, teve aceitação. Penetrou no Brasil no século dos descobrimentos.

 

Chegança

De origem ou aculturação europeia e temática marítima, a Chegança versa sobre temas vinculados à vida no mar, às dificuldades como tempestades, calmarias, contrabando, brigas entre marujos e ainda as lutas entre os cristãos e os mouros infiéis, seguidores de Maomé. Deriva-se das Mouriscadas Peninsulares, ou das lutas e danças entre cristãos e mouros da Europa. Ou, ainda, é uma reinterpretação das Mouriscadas Europeias. Mouros ou moiros — eram habitantes da Mauritânia, antiga região da África do Norte, compreendida entre a Tunísia, Argélia e Marrocos. Os povos cartagineses (de Cartago, cidade africana próxima de Túnis, na beira do Mediterrâneo) quando invadiram a Mauritânia, encontraram aí os povos berberes e os chamaram de mouros. Na Idade Média o nome se estende aos conquistadores árabes e muçulmanos, que invadiram a Espanha no século VIII e se apoderaram da Península Ibérica. Tentaram apoderar-se da França, mas foram derrotados por Carlos Martel. Expulsos de Portugal no séc. XIII e da Península Ibérica (em geral) no séc. XV.

 

Fandango

Possuindo nítida formação portuguesa o Fandango também reza por assunto marítimo, que corresponde à Marujada, Barca e à nau catarineta de outros estados brasileiros. Não se confundi com os Fandangos do Sul do país, de origem espanhola, pois, naquela região, Fandango é sinônimo de danças ou sequência de danças. Em Alagoas, o Auto não possui um enredo ordenado ou lógico. É constituído por uma série de cantigas náuticas de diversas épocas e origens que retratam odisseias marítimas dos navegadores portugueses, lembrando os sofrimentos de uma nau perdida, o sofrer da tripulação pela calmaria, fome, desespero e a solidão do mar. Retrata ainda as lutas e o heroísmo dos marujos.

 

Guerreiro

O mais popular dos folguedos alagoanos, o Guerreiro, nasceu por volta dos anos 1920 e 1390. A relação do guerreiro com a identidade alagoana é tão explorada que se tornou comum o uso de uma das peças da indumentária do mestre – no caso, o chapéu em forma de igreja, com espelhos, fitas e contas – como símbolo do estado. O guerreiro é também um dos folguedos que têm o maior número de personagens. Entre eles estão mestre, rei, rainha, Mateus, lira, índio Peri, vassalos, estrela Dalva, boi, borboleta, Jaraguá e sereia. O enredo é complexo: trata-se de uma sequência de cantigas dançadas, denominadas peças, que são intercaladas por marchas. Um das narrativas refere-se a uma luta cujo objetivo é salvar a lira. Na música, estão instrumentos como sanfona, tambor e pandeiro. Como os folguedos populares mudam ao longo dos anos, advindas de diferentes fatores, há, por exemplo, grupos de guerreiro que deixaram de apresentar um trecho onde se narra a morte do índio Peri. Há quem atribua a alteração a uma necessidade de reduzir o tempo de apresentação completo, o espetáculo do guerreiro tem duração de até três horas, o que exigia muita disponibilidade da plateia. Uma curiosidade: os espelhos não são usados à toa, mas para proteger os brincantes da inveja.

 

Maracatu

Maracatu é uma dança processional e cortejo real, parte dos Reinados dos Gongos. Não se deve confundir com o Auto dos Gongos, porque é uma reinterpretação deste. A palavra Maracatu é termo africano que significa dança ou batuque. O Maracatu já foi chamado de "Candomblé de Rua", porque é um grupo de adeptos das religiões afro-brasileiras que saem às ruas para fazer saudação aos orixás, ou "santos" dessas religiões. Em pleno carnaval ou natal, eles, contritos, reverenciam os encantados. Ao saírem do terreiro ou sede, fazem o "padê" de Exu, despacho seguido de orações para que essa entidade não perturbe o andamento do ritual. O Maracatu pernambucano penetrou com tanta intensidade em Alagoas que criou formas alagoanas dessa manifestação, assim como as Cambindas, o Samba-de-Matuto, as Negras da Costa, Baianas e as Caboclinhas. Sua origem dá-se por certas características como dignidades e desfiles reais, então a evidente a origem europeia ganha força, porém, se confundem com as origens africanas.

 

Marujada

A Marujada que ressurge em Alagoas possui elementos de folguedos náuticos, Reisados, Taieiras e Pastoris. É realmente um folguedo eclético. Por ser variante do Fandango, possui origem lusitana, mesclada às outras origens. A mestra Josefa Bispo, introdutora desse folguedo, aprendeu a dançar Marujada no sítio Braúna, em Palmeira dos índios, com uma dançadora chamada Antônia, e tem uma versão muito singular para explicar a origem dessa marujada. Ela afirma que uma mulher que vivia no Rio de Janeiro, quando passeava na beira do mar, ouviu os marinheiros cantando e trouxe para Alagoas, dançando apenas em casa. Com sua morte a família ficou dançando e assim espalhou o folguedo.

 

FOLGUEDOS NATALINOS

Ao apagar das fogueiras juninas, inicia-se o período de ensaios para os vários folguedos natalinos. Em diversas regiões do Estado de Alagoas, aos sábados e domingos, reúnem-se mestres, tocadores, ensaiadores e brincantes para os ensaios desses grupos, geralmente realizados ao lado de bodegas, onde o proprietário consegue recursos para o traje da brincadeira.

 

Pastoril

O mais conhecido e difundido folguedo popular alagoano, o Pastoril é uma fragmentação do Presépio, sem os textos declamados e sem os diálogos. É constituído apenas por jornadas soltas, canções e danças religiosas ou profanas, de épocas e estilos variados. Composto pelos seguintes personagens: mestra, contramestra, Diana, pastorinhas, cigana, anjo, demônio, pastor e borboleta. Com exceção do pastor, todas as outras personagens são interpretadas por brincantes do sexo feminino. O traje da maioria das personagens remete ao campo e é composto de saia, camisa, colete, avental e chapéu de palha O auto traz um “duelo” entre os dois cordões – o azul e o encarnado (como é denominado, no pastoril, o vermelho). A Diana é neutra na disputa e, por essa razão, tem roupa de duas cores: um lado vermelho e o outro azul. Nas mãos, as brincantes trazem um pandeiro enfeitado com as fitas na cor do cordão ao qual pertencem. Entre as jornadas, as pastoras são chamadas em cena para receberem as contribuições financeiras da plateia – são elas que irão determinar a disputa entre os dois cordões. Depois de diversas apresentações, costuma-se fazer a coroação do cordão vencedor, ou seja, aquele que recebeu as maiores contribuições.Como os Presépios, origina-se de autos portugueses antigos, guardando a estrutura dos Noéis de Provença (França). Em fins da década de trinta do nosso século, surgiu em Maceió um tipo de pastoril diferente. Era um arremedo do pastoril comum, feito por rapazes, jovens estudantes, que pretendiam fazer graças e provocar risos. A essa interpretação do fato folclórico chamaram de "Pastoril dos estudantes" ou "Pastoril de estudantes".

 

Presépio

Auto apresentado em três partes (três atos) o Presépio, versa sobre o nascimento de Jesus Cristo. Corresponde ao Auto das Pastorinhas de outros estados. Este, originou o Pastoril, e por isso guarda alguns de seus elementos como os cordões azul e encarnado, mestra, contramestra e a Diana. Origina-se dos antigos autos pastoris portugueses que eram formas de dramatizações medievais, como os autos sacramentais, os mistérios e as moralidades. Guarda a mesma estrutura dos Noéis ou autos de Natal de Provença, no sul da França. Em Alagoas, o auto está quase desaparecido e guarda poucos grupos de apresentação.

 

Reisado

O Reisado é um auto popular, profano-religioso, formado por grupos de músicos, cantores e dançadores, que vão de porta em porta, no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, anunciar a chegada do Messias, homenagear os Três Reis Magos e fazer louvações aos donos das casas onde dançam. No Brasil, o Reisado é espalhado em quase todo o território com os nomes de Reis, Folias de Reis, Boi de Reis ou apenas Reisado. Sua principal característica é a farsa do boi, que constitui um dos entremeios ou entremeses, onde ele dança, brinca, é morto e ressuscitado. Portanto, no sentido estrito, são Reisados em Alagoas, além do próprio Reisado, o Bumba-meu-boi e o Guerreiro. Marca alagoana dos Reisados é que no estado ele misturou-se com o Auto dos Gongos, que por si próprio já era um Reisado.

 

Quilombos

Durante muito tempo pensou-se ser os Quilombos um auto que rememorava o acontecimento dos Quilombos dos Palmares. Mas porque não existe, de nenhum modo, ligação entre o fato histórico e o folguedo, e existe identificação desse auto com similares do Brasil e do estrangeiro como Congadas, Cucumbis, Caboclinhos, Mouriscadas, entre outros, chegou-se à conclusão que é uma adaptação local ou reinterpretação de origem branca e erudita de danças brasileiras e europeias que demonstram lutas, ora entre negros e brancos, ou mouros e cristãos, ou negros e índios (caboclos). Mais um fato a demonstrar ter sido o auto maquinação branca, é a derrota dos negros no final da apresentação. Ora, se fosse idealização dos escravos negros dos Palmares, os negros sairiam vitoriosos, não perdedores.

 

Taieiras

Dança-cortejo de caráter religioso afro-brasileiro, as Taieiras remontam aos tempos da escravidão e não possuem um  enredo específico e faz louvação a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos pretos. São um cortejo natalino formado por mulheres vestidas de blusas e saias rodadas que dançam e cantam ao som de instrumentos percussivos como o tambor, o maracá, o reco-reco e o pandeiro. O folclorista Théo Brandão destaca que o folguedo deriva de outro, as baianas.

 

 

FOLGUEDOS CARNAVALESCOS

 

Boi de Carnaval

Apesar de algumas semelhanças à primeira  vista, o Boi de Carnaval e o Bumba-meu-boi são folguedos diferentes, embora o primeiro seja derivado do segundo, o Boi de Carnaval possui estrutura mais simples, embora também narre, como o Bumba-meu-boi, a morte e ressurreição de seu protagonista, o boi. Na capital alagoana, o folguedo carnavalesco afirmou-se e é considerado por antropólogos e folcloristas como uma das expressões populares mais  significativas do carnaval alagoano. Hoje há até disputas entre diferentes grupos da cidade, que participam de mostras e festivais.

 

Caboclinhas

Sem enredo, Caboclinhas é um folguedo carnavalesco no qual os personagens usam trajes feitos com penas e acessórios de conchas e sementes. Considerado um folguedo híbrido (que resulta da mistura entre dois ou mais tipos de folguedos), tem origem, segundo José Aloísio Brandão Vilela, nos famosos Maracatus pernambucanos, no Reisado alagoano, nas Baianas e no Samba de Matuto. Embora não possua um enredo, traz diversos personagens: mestre, contramestre, embaixadores, vassalos, Mateus, rei, lira, general, borboleta, estrela de ouro, rei Catulé e caboclinha. Em suas apresentações, é acompanhado de uma banda de pífanos. Atualmente, segundo informações da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas, há apenas um grupo de caboclinhas em atividade no Estado: na cidade de Passo de Camaragibe, litoral norte de Alagoas.

Cambindas

Cambindas é o folguedo carnavalesco que não possui enredo e é uma adaptação do Maracatu Nação, de Pernambuco, o que explica o fato de existirem grupos somente no litoral Norte de Alagoas, já na divisa com seu Estado de origem, na cidade de Porto de Pedras. Seu nome é inspirado numa cidade situada ao Sul de Angola. Os trajes das integrantes assemelham-se ao das baianas.

 

Cobra Jararaca

A Cobra Jararaca é um grupo constituído por dez a quinze rapazes que, trajando "shorts", lambuzam-se com tintas e pós, e brincam durante o carnaval amarrados por uma corda. Vão de porta em porta fazendo pedidos de dinheiro, bebidas e tira-gostos. É uma brincadeira muito antiga do Pontal de Coruripe, tanto que alguns dos participantes afirmam: "meus avós já falavam nessa cobra". Outras informações provam que a brincadeira foi criada por um pescador chamado Mané do Balaio, há muitos anos passados.

 

Gigantões ou Bonecas

Em Alagoas, os bonecos feitos de papel machê sobre estrutura de madeira ganharam o nome de Gigantões, entremeio do Bumba-meu-boi, conforme destaca Ranilson França. Nos tempos atuais, as peças ganharam nova matéria-prima, a fibra de vidro, que garante maior durabilidade à peça. Cabe a alguém a tarefa de dar vida ao boneco oco, movimentando-o pelas ruas. Suas feições podem homenagear um personagem real ou ser apenas a representação de um personagem criado pelo bonequeiro. Sem  enredo, os gigantões costumam  acompanhar desfiles de blocos carnavalescos ou cortejos.

 

Negra da Costa

Sem enredo, a Negra da Costa trata-se de uma dança-cortejo. O grupo é formado por homens vestidos com trajes convencionais de Baianas (roupa e lenço branco). O mais curioso é que todos os integrantes pintam a pele com uma tinta preta, para figurarem como negras retintas. Sua origem estaria ligada, segundo registros orais, a um truque criado pelos escravos para se defenderem.

 

Samba de Matuto

O Samba de Matuto com sua origem carnavalesca, não tem enredo. Possui relação com os Maracatus pernambucanos e é uma espécie de cantiga dançada que fala dos santos católicos e, sobretudo, de entidades religiosas de origem africana. Como no Pastoril, possui dois cordões: o azul e o encarnado. É comum realizar, na abertura de cada apresentação, uma saudação aos orixás. As integrantes do Samba de Matuto vestem blusas e saias rodadas

 

Urso de Carnaval ou La Ursa

O Urso de Carnaval ou La Ursa, como é mais conhecido, é um folguedo que sai às ruas somente no período de carnaval, é formado por foliões que brincam com um urso feito de estopa, fibras vegetais e outros materiais. Como diversos grupos carnavalescos, pedem comida, bebida e dinheiro de porta em porta. Não se sabe, ao certo, a origem do folguedo, há estudos que o apontam como italiano e outros que o relacionam a danças africanas. Em Maceió, é mais comum a existência de grupos no bairro do Tabuleiro.

 

 

 

FOLGUEDOS RELIGIOSOS

 

Bandos

Folguedo ligado aos festejos em homenagem a Santa Luzia, o bando é composto por um grupo de mascarados – a pé ou montados a cavalo – que correm e dançam ao som de uma banda de pífanos (conhecida popularmente como Esquenta Mulher). Sem enredo, o folguedo religioso tem o propósito de convidar a população para a festa. Para isso, participam da procissão do mastro e, em frente à igreja, fazem a conclamação dos fiéis tocando um sino. As máscaras usadas são confeccionadas com papel jornal pelos próprios  integrantes do grupo.

 

Mané do Rosário

Considerado por alguns estudiosos o folguedo mais antigo de Alagoas, já que há registros de sua criação no século 18, por volta de 1762, o Mané do Rosário teria sido criado em homenagem a dois brincantes que usavam máscaras durante os festejos de São José, o padroeiro.

 

Danças e Torés

Nosso estado possui três danças folclóricas espalhadas pelas diversas regiões e duas danças de origem étnica, mais precisamente indígena. Das três danças folclóricas, a mais significativa pela sua importância social e presença quase sempre garantida nas festas populares é o Coco, conhecido também como samba ou pagode. A Roda de Adulto, que é uma variante das cirandas pernambucanas, ainda é encontrada entremeando os cocos e a Dança de São Gonçalo - dança de caráter religioso - em Água Branca ou mais precisamente na Sera do Ouricuri. A Quadrilha consta nessa relação, mas ela entra como dança urbana, e não dança folclórica. 

 

Dança de São Gonçalo

De origem religiosa, a Dança de São Gonçalo tem como propósito o pagamento de promessa feita ao santo de mesmo nome. Um padre português que, segundo registros feitos por Ranilson França, utilizava a música e a dança para fazer pregações católicas e, desta forma, evitava a prática da prostituição, condenada pela doutrina cristã. A dança é realizada nos velórios.

 

Coco Alagoano

Assim como o Guerreiro, o Coco está na identidade de Alagoas. É provável que a dança tenha seu nome inspirado, segundo o pesquisador Abelardo Duarte, no ofício de partir o coco, tarefa desempenhada em redutos como o famoso Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, Zona da Mata alagoana. A batida da pedra na casca do fruto ajudava a dar o ritmo e convidava à dança. Há cocos por todos os cantos do Brasil, mas em Alagoas se dança um coco de forma muito particular, com diferentes modos, os mais conhecidos são o travessão, o cavalo manco, o trupe repartido, o sete e meio e o xipacá. Além de força nas pernas e nos pés, é preciso manter a cadência das palmas e do sapateado, o que exige destreza do dançador de coco. Seu surgimento remonta ao meio rural europeu. Os integrantes desempenham funções, por isso há o mestre (responsável por “puxar” as cantigas), os demais cantadores e os dançadores. A chamada Roda de Adulto, originária das cirandas pernambucanas, funciona como entremeio do coco, ou seja, é apresentada quase sempre no intervalo deste folguedo.

 

 

Dança de Quadrilha

Dançada originalmente pelos camponeses ingleses, conhecida com “country dance”, na qual descendentes de celtas e saxões executavam velhos rituais pagãos num Reio Unido já cristianizado, espalhando-se pela França durante a Guerra dos Cem anos, com o nome afrancesado de “contredance”. A dança perdeu o formato roceiro característico e tomou um estilo de dança nobre ou dança de corte nos principais reinados europeus. No Brasil, a dança de quadrilha, assim como era chamada em Portugal, foi trazida praticamente com a vinda da Família Real Portuguesa, em 1808. No Brasil, durante o período regencial, a dança de quadrilha causava grande frenesi entre a alta sociedade da época, principalmente com a vinda de orquestras de dança de Millet, Cavalier e Tolbecque. A dança se popularizou e aqui ganhou várias derivações como a “Quadrilha Caipira” em Minas Gerais, o “Baile Sifilítico” na Bahia e o “Saruê” no Brasil Central.

 

Dança da Fita

A Dança da Fita é uma manifestação milenar de origem europeia que se instalou em nosso país nos estados do sul, através dos imigrantes no século passado e hoje difundida em vários estados brasileiros assim como em Alagoas, mesmo que pouco lembrada por aqui. Essa manifestação é uma reverência feita à árvore, após o rigoroso inverno europeu. Nas aldeias, os colonos, no prenúncio da primavera, realizavam a Dança da Fita para homenagear o renascimento da Árvore. A Dança da Fita é desenvolvida da seguinte maneira: é colocado no centro um mastro chamado pau-de-fita de aproximadamente três metros de altura com doze fitas (duas vermelhas, duas verdes, duas amarelas, duas azuis, duas rosas e duas azul marinho). Ao lado do mastro, formam-se duas filas, do lado direito os homens e do esquerdo as mulheres. Na cabeceira das duas filas fica o mestre e num sinal feito através do apito tem início a dança. O primeiro movimento é conhecido como preparação da terra para o plantio da árvore. No segundo movimento os dançadores cruzam as fitas, que significa a escolha da semente. No terceiro movimento inicia-se a semeadura. No quarto já se percebem as tranças formadas em um total de cinco trançados diferentes que simbolizam as raízes. Quando o mastro fica totalmente coberto pelas tranças, os adultos são substituídos pelas crianças que irão realizar a destrança. As crianças simbolizam as folhas da árvore. Quando termina o movimento executado pelas crianças o mastro é transformado simbolicamente em árvore, sendo este o final da dança.

 

Torés de índio e de Xangô

São duas as vertentes do Toré. O de origem indígena é considerado o verbo encarnado pelos índios, elemento de ligação entre ei-uka - senhor do mundo e criador de todas as coisas - Deus para os católicos, e os homens. Para agradecer e agradar as divindades ou para rezar suas orações, os caboclos dançam em círculo, fazendo movimentos coreográficos simples e ritmados. Ora, os brancos, ouvindo os índios dizerem que iam cultuar Toré, entenderam que a dança ritual possuía esse nome e Toré passou a designar, para os homens brancos, a dança dos índios. Esse erro de interpretação permanece até hoje. Já o Toré de Xangô é prática de terreiro afro-brasileiro. Corresponde ao catimbó e a pajelança de outros Estados. É a reunião dos crentes com a finalidade de encontrar remédios para os doentes, que são recebidos através dos caboclos que baixam e receitam ao som dos maracás.

 

 

 

 

OUTRAS CULTURAS POPULARES

 

Banda de Pífano

É um conjunto instrumental de percussão e sopro, dos mais antigos, característicos e importantes da música folclórica brasileira. Historicamente o pífano remonta à época dos primeiros cristãos, que tinham no pífano, pifes ou pífora, uma maneira de saudar a Virgem Maria nas festas natalinas. Na feição nordestina a banda de pífanos é uma criação do mestiço brasileiro, que com sua criatividade e intuição musical adaptou o instrumental, dando-lhe a forma típica pela qual é conhecida no folclore brasileiro. Por toda a região Nordeste do Brasil e nos estados de Minas Gerais e Goiás são usados várias termos para denominar o conjunto: Banda de Pífanos, Banda de Pife, Música de Pife, Zabumba, Cabaçal, Esquenta-Mulher, Banda de Negro, Terno, Banda de Couro (Goiás), Musga do Mato, Pipiruí ( Minas Gerais).

Assim como a sua denominação varia, a sua composição também tem sensíveis diferenças, mas seus instrumentos básicos são dois pífanos, um surdo, um tarol e um bombo ou zabumba. Em Alagoas, além dos instrumentos básicos acrescenta-se um par de pratos e em certos grupos um triângulo e até um maracá para maior sonoridade. O pífano é o comandante da banda, instrumento semelhante à flauta, feito de taquara. Não têm formação musical e tudo o que tocam é de ouvido. Entre as músicas mais executadas estão Asa Branca, Valsa, Mulher Rendeira, A Briga do Cachorro com a Onça, Sabiá, Guriatã de Coqueiro, A Ema Gemeu no Pé do Juremá, entre outras. Há várias bandas de pífanos pelo Nordeste, mas uma das mais conhecidas de Alagoas É a Banda De Pífano Esquenta Muié, que já se apresentou até em Brasília.

 

Embolada

A embolada, também conhecida como Coco, Coco de embolada, Coco-de-improviso, Coco de repente ou simplesmente Cantoria, é uma espécie de arte surgida no nordeste, especialmente popular. Consiste em uma dupla de "cantadores" que, ao som enérgico do pandeiro, montam versos bastante métricos, rápidos e improvisados onde um tenta denegrir a imagem do que lhe faz dupla com versos ofensivos, famosos pelos palavrões e insultos utilizados. O ofendido deve improvisar uma resposta rápida e ao mesmo tempo bem bolada. Caso não consiga, seu par é coroado triunfante. Não deve ser confundido com repente onde a música e as respostas são lentas, melodiosas e o tema principal é a vida cotidiana. E principalmente, sem a necessidade de ofensas.

 

Literatura de Cordel

A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, originalmente oral, e depois impressa em folhetos rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome que vem lá de Portugal, que tinha a tradição de pendurar folhetos em barbantes. No Nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta manifestação de folheto), mas a tradição do barbante não perpetuou. Ou seja, o folheto brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, o mesmo estilo de gravura usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

 

 

 

Violeiros e Repentistas

Conhecido também como desafio, o Repente é uma tradição da cultura popular brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso – a criação de versos "de repente". O repente possui diversos modelos de métrica e rima, e seu canto costuma ser acompanhado de instrumentos musicais. Quando o instrumento usado é o pandeiro, o repente é chamado de "coco de embolada"; acompanhado do violão, denomina-se Cantoria; cantado sem acompanhamento musical, denomina-se "entoada, toada ou aboio".

O cantar dos violeiros requer, além da prodigiosa memória e agilidade mental, uma interação harmoniosa do violeiro com o parceiro, numa evolução com o tema e uma comunicação com a plateia. Nesta dinâmica, temas podem ser sugeridos pela audiência, sobre o qual o violeiro improvisa. Isto é o ‘mote’. O mote pode ter de um a quatro versos, com sete ou dez sílabas, que o repentista utiliza para completar a décima por ele improvisada e, além do mais, dentro de regras rigorosas.

 

CULTURA AFRO-BRASILEIRA EM ALAGOAS

 

Grupos de Capoeira

A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas. Com fortes ligações à Bahia a Capoeira também se faz presente, de forma bem organizada, no estado de Alagoas. Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto.

A palavra capoeira é originária do tupi-guarani, que significa "o que foi mata", através da junção dos termos ka'a que significa “mata” e pûer que significa “que foi”. Refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil onde era praticada agricultura indígena. Acredita-se que a capoeira tenha obtido o nome a partir destas áreas que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata. Capoeiristas fugitivos da escravidão e desconhecedores do ambiente ao seu redor, frequentemente usavam a vegetação rasteira para se esconderem da perseguição dos capitães-do-mato.

 

Maculelê

Maculelê é um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena. Em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e o frevo. 

 

Fonte: http://www.destinoalagoas.tur.br/alagoas-cultura